O grupo do Projeto Organics Brasil fundou o ORGANIS – Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável, entidade setorial que tem a missão de “desenvolver, promover e representar os segmentos nacionais da cadeia produtiva de orientação orgânica e sustentável no mercado global; ser reconhecido como interlocutor legítimo de produtores, processadores, de empresas e empreendedores brasileiros da cadeia de produção orgânica e sustentável, buscando a união de seus segmentos através da difusão e o aprimoramento de programas de educação e  capacitação de indivíduos; e promover e identificar  oportunidades  de inserção e comercialização dos produtos Orgânicos e Sustentáveis no mercado”.

Ming Liu, coordenador executivo do Projeto Organics Brasil, que há dez anos atua no fomento de exportação de orgânicos com apoio da Apex-Brasil, explica o motivo da formação da nova entidade: “o escopo do Organis será construir uma representação setorial com foco na promoção do desenvolvimento de toda a cadeia: do setor primário, os agentes das cadeias secundárias e de serviços até o consumidor final. Neste processo, planejamos contar também com a participação de vários integrantes da sociedade civil, seja privada ou pública, por meio de uma curadoria para atuar e contribuir para a promoção do desenvolvimento do setor. Pretendemos com o Organis construir este foro de discussão e inovação na cadeia produtiva. Toda a construção de uma entidade setorial pressupõe ter o comprometimento de indivíduos e empresas que defendam a causa e a missão”.

O Organis foi anunciado para o setor, em evento com o grupo do Conselho Curador, presidido pelo empresário Christophe Allain, da Jasmine, que já trabalha na elaboração das diretrizes do Conselho há seis meses. “Nosso envolvimento é voluntário e com comprometimento total na formação dessa entidade que reconhecerá o setor de orgânicos e sustentáveis no Brasil e no exterior. Chegou a hora de organizar a cadeia e valorizar nossa participação no mercado, que cresce a cada ano”.

O ex-ministro da Agricultura e diretor da FGV Agro, Roberto Rodrigues, é um dos curadores e entusiasta do Organis desde a primeira reunião para formatar a entidade. “Eu ajudei a lançar a regulamentação dos orgânicos e presenciei as primeiras ações de exposição no exterior. Fico muito contente em acompanhar o crescimento do setor e honrado de estar no Organis. É preciso organizar o setor e trabalhar pelo reconhecimento”.

Há gargalos na produção de orgânicos, mas há grandes demandas que o Organis pretende ajudar a equacionar. “Orgânico e produtos sustentáveis não são modinha. É uma questão de bem-estar e consumo consciente, que cresce no mundo todo. A principal feira de negócios, BIOBRAZIL FAIR | BIOFACH AMERICA LATINA, bateu todos os recordes de público e de expositores. Isso mostra que o setor de orgânicos está preparado e precisa de uma entidade representativa”, explica Rogério Dias, coordenador de Agroecologia do MAPA e também curador do Organis.

A entidade tem como previsão atuar em todos os segmentos, desde a produção primária, passando por empresas processadoras de transformação e comercialização de produtos certificados, conforme regulamentação nacional e internacional.