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MBA do crime

20

out 2020

MBA do crime

Quase quatro décadas atrás, eu então repórter especial do grupo DCI/Shopping News, desci aos porões do Carandiru, a Casa de Detenção desativada em 2002 e, como maior presídio da América Latina, abrigou perto de 8 mil detentos.

A pauta era cobrir o primeiro show de música numa cadeia, programa idealizado pela Paulistur, hoje SP Turis,  presidida à época pelo atual governador João Dória.

O encarregado de animar os presos foi o cantor Alceu Valença, mas literalmente ninguém dançou – até porque já estavam detidos.

Meu olhar, no entanto, foi para as histórias dos detentos, já que a música tinha proporcionado essa oportunidade. E na conversa com os presos, além de trazer para fora inúmeros bilhetinhos para seus familiares, a breve estatística com eles dava que de cada 10 sentenciados, 9 já haviam passado pela antiga Febem.

Ou seja, a cadeia em vez de corrigir, proporciona uma evolução na escola do crime. É o caso do hoje foragido André do Rap, solto pelo STF, que começou com pequenos delitos e se transformou no maior fornecedor de cocaína do País para a Europa.

E pensar que hoje temos no País 755 mil presos.

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