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Expansão de itens orgânicos alavanca economia solidária

30

out 2018

Expansão de itens orgânicos alavanca economia solidária

A busca por alimentos orgânicos, sem embalagens plásticas e a preços mais baixos tem alavancado negócios que apostam na economia solidária em São Paulo. No Instituto Chão, que vende orgânicos na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, o crescimento no último ano foi de cerca de 25% – de maio de 2015, quando abriu as portas, a agosto deste ano, a alta foi de 1.000%.

O negócio, que, segundo seus sócios repassa 100% do valor cobrado aos produtores, pede uma contribuição de 35% do valor dos produtos -expondo os custos envolvidos, como impostos, salários e taxas de cartão – para os consumidores.

“Em setembro, vendemos R$ 800 mil em produtos e a nossa contribuição alcançou os R$ 250 mil. O valor que circulou foi próximo de R$ 1 milhão”, afirma o associado Fábio Mendes.

Mesmo com as taxas, os preços dos orgânicos nesse tipo de empresa podem ser mais baixos do que em supermercados. Enquanto uma unidade de brócolis orgânico em um mercado convencional custa, em média, R$ 7, no Instituto Feira Livre, no centro de São Paulo, sai por R$ 3,50, mais a taxa, de cerca de R$ 1.

Esse modelo de empreendimento que associa alimentos orgânicos à economia solidária agrada especialmente uma classe de consumidor que é cobiçada por todos os empresários: o público jovem.

“É uma economia baseada em negócios de controle coletivo, com distribuição igualitária dos resultados e sem interesses individuais”, afirma o professor da FGV, Marcus Quintella.

O aumento da demanda por orgânicos é um fator que tem contribuído para aquecer o setor da economia colaborativa. Criado no ano passado, o Instituto Feira Livre vendeu R$ 48 mil em produtos em seu primeiro mês de funcionamento e, em agosto, alcançou R$ 220 mil: um incremento de mais de 340%.

“Nosso trabalho vai além de separar produtos em convencionais e orgânicos. Tem um papel quase pedagógico, de falar sobre agricultura familiar e sobre uma distribuição de renda mais justa. Mas, num primeiro momento, o que mobiliza as pessoas é a saúde”, afirma Fabrício Muriana, um dos dez associados do Feira Livre.

 

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