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Empreendimentos gastronômicos estão investindo no mercado da moda

31

mar 2019

Empreendimentos gastronômicos estão investindo no mercado da moda

Uma pesquisa realizada pela Ogilvy, a agência associada da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), com 50 marcas e mais de 2 mil entrevistas, mostrou que existem cinco atributos que fazem com que uma marca caia no gosto do público: confiança, imagem, empoderamento, fazer e tradição. Entre as características, a que conta com a maior diferença entre as ações praticadas pelas empresas e a percepção do público é o fazer.

A pesquisa concluiu que, embora as empresas tenham vivido uma evolução no que diz respeito à visão e às necessidades dos consumidores, ainda precisam fazer algo a mais por eles. Nisso, algumas já estão trabalhando bem.

Valores como liberdade, sustentabilidade, coragem e criatividade estão entre as mensagens disseminadas por empresas de gastronomia, que querem ir além de vender comida.

A iniciativa de investir em novos segmentos, em muitos casos, surge, inclusive, da percepção e cobrança do próprio público.  Não é para menos. Ao ingressar no meio do vestuário e moda, as marcas ganham formas de rentabilizar em outras frentes além da gastronomia.

No ano passado, a rede WhataFuck, maior hamburgueria artesanal do Estado do Paraná, lançou um tênis sustentável e inovador: chamado de Ueno Whatafuck Imperial. O calçado carregava resíduos do bagaço de malte da cerveja produzida pelo estabelecimento.

Em junho, em uma parceria com a Öus Brasil, foram desenvolvidos 1,7 mil itens. Até o momento, 90% deles foram vendidos, seja na Whatastore – a loja da hamburgueria – ou pelos meios online.

Mais do que enveredar pelo ramo da moda, a marca buscou oferecer uma oportunidade de estilo de vida ao seu público. “Nós não vendemos só gastronomia”, resume Daniel Mocellin, sócio proprietário da rede Whatafuck.

Seguindo no mesmo conceito, o Sirène, vendedora de fish & chips, que conta com seis unidades nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, também oferece outros produtos, que vão muito além de seu cardápio.

Em seu site, é possível encontrar camisetas, bonés e canecas com mensagens alusivas ao comércio de peixes e batatas preparados ao estilo inglês. Em 2018, o Sirène vendeu 70 mil porções de fish & chips, faturando R$ 3,2 milhões. Em 2019, a marca prevê atingir R$ 6 milhões em faturamento e abrir novas lojas pelo País.

A cervejaria artesanal Way Beer também investiu em sua própria linha focada no mercado da moda, que conta com camisetas, moletons, bonés, toalhas e mochilas exclusivas. A ideia é conseguir levar a marca – reconhecida pelos designs de seus rótulos – a outros produtos, que estão em linha com a expectativa e perfil de seus consumidores.

“A Way é uma cerveja que tem enorme conexão com o seu consumidor, e esse público gosta de mostrar a relação e o amor que tem pela marca. São necessárias inúmeras ferramentas para estabelecer, consolidar e manter uma marca ativa e relevante.  Assim, nós investimos muito na construção de inúmeras peças que transformam uma ferramenta de interação em objeto de desejo dos nossos consumidores, que querem mostrar o amor que tem pela Way”, comenta Henrique Domenico, diretor geral da cervejaria.

 

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