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É preciso resistir

15

jun 2015

É preciso resistir

Diz uma regra da governança que em momentos de crise não se deve deixar de investir. Podemos não ter alcançado ainda uma situação de crise aguda, mas é inegável que o ajuste fiscal do governo pressiona a economia como um todo, inclusive a iniciativa privada.

Empresas, assim como governos e chefes de família, devem ajustar seus orçamentos para não gastar mais dinheiro do que recebem. Se as contas estão apertadas e não há recursos excedentes para investimento, então a palavra “investimento” deve ser aplicada num sentido mais amplo.

Investir não é apenas direcionar capital para um projeto. É também dedicar talento para buscar soluções criativas; é valorizar a equipe para que continue motivada, mesmo que o volume de trabalho tenha aumentado e não haja perspectivas de reajuste salarial. Investir é dedicar tempo e energia para seu negócio, mesmo que as margens tenham ficado menores do que em outros tempos.

Empreendedores brasileiros em geral – e os da cadeia de calçados e acessórios de moda em particular – já demonstraram capacidade para superar adversidades, crises, sucessivas trocas de moeda, hiperinflação.

Então, o conselho que eu dou a estes empresários, sejam eles pequenos fabricantes de calçados, ateliês de semijóias ou lojistas é: não desista!

Verdade que, por motivos que não cabem discorrer neste espaço, as contas públicas saíram do controle. É um fato que os indicadores econômicos – inflação, superávit, PIB, balança comercial – estão muito aquém do desejável.

Ainda assim, é preciso resistir. É preciso acreditar que os ajustes – duros, mas necessários – têm prazo de validade. É preciso ter esperança e pensar de forma positiva. E, sim, é preciso fazer a “lição de casa”: cortar excessos, produzir mais com menos recursos, repensar a forma como o negócio vem sendo tocado.

Tenho certeza de que aqueles que conseguirem suportar esta tempestade sairão dela mais fortalecidos, mais criativos, mais atualizados com as novas necessidades de seus clientes, mais saudáveis financeiramente. E mais preparados para se manter num mercado dinâmico, que oferece um desafio novo a cada dia.

 

* Abdala Jamil Abdala é presidente da Francal Feiras

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