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Cientistas buscam comprovações científicas sobre a Kombucha

17

dez 2018

Cientistas buscam comprovações científicas sobre a Kombucha

Cientistas do Núcleo de Estudos em Fermentações (Nefer), do setor de Microbiologia Agrícola da Universidade Federal de Lavras (UFLA), estão investigando a fundo a Kombucha. As pesquisas de mestrado e doutorado estão sob orientação da professora Rosane Freitas Schwan e buscam comprovações dos benefícios, gerando dados científicos sobre a bebida probiótica.

A Kombucha é uma fermentação realizada a partir de chás, preferencialmente o chá verde ou preto, da planta Camellia sinensis. Eles são adicionados a uma simbiose de leveduras e bactérias que formam uma camada de matriz polissacarídica, chamada de SCOBY, sigla em inglês para Symbiotic Culture of Bacteria and Yeast. Esses microrganismos proporcionam um sabor diferente ao chá fermentado, tornando-o ácido e um pouco gaseificado.

“Antes de se tornar popular, já pesquisávamos. O laboratório se dedica a pesquisa sobre fermentações industriais e rudimentares de café, cacau, chá e outros. Há 10 anos fizemos estudos sobre o Kefir, por exemplo, e a Kombucha tem simbiose semelhante”, explica a Rosane. Segundo ela, uma estudante da China fez mestrado na Holanda e veio trabalhar na UFLA interessada em pesquisar Kombucha.

“No caso da Kombucha, a gente isola micro-organismos e vê quais são os dominantes na fermentação. Depois, podemos reinocular para melhorar os processos. Já testamos o chá branco, o crisântemo, a hortelã, o alecrim, o manjericão, o hibisco e outros tipos de vegetais que podem ser fermentados por essa simbiose”, destaca a professora, que trabalha há 22 anos com o tema fermentação e considera que as pesquisas ainda estão no começo, mas esses testes com substratos diferentes junto ao SCOBY são muito importantes.

O destaque da Kombucha é ser um “refrigerante saudável” por produzir gás espontaneamente e os micro-organismos conferem à bebida aspecto saudável e sabor, sem adição de químicos. Rosane destaca que suas propriedades terapêuticas dependem dos chás que são fermentados.

“É uma bebida que tem sido muito utilizada como energético, mas ainda precisa de estudos para comprovar esses efeitos”. Um doutorando do Nefer está testando, durante as pesquisas da tese, formulações distintas de chás para verificar a qualidade nutricional da Kombucha, além da padronização do tempo de fermentação.

 

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