26
jul 2018Calçados brasileiros são maioria em rede varejista saudita
O diretor geral da rede de lojas de departamento Almoosa, da Arábia Saudita, esteve na 50ª edição da Francal no dia 18, no Expo Center Norte, em São Paulo. Mohammed Al-Mousa (foto) contou à ANBA que esta é a quinta vez que participa do evento e que os calçados brasileiros representam 60% dos vendidos em suas mais de trinta lojas pelo país árabe.
Do total comprado pela marca no Brasil, 85% são modelos masculinos, e apenas 15% femininos. As marcas nacionais com que a Almoosa trabalha são Sapatoterapia, Democrata, Ramarim e Pegada, e o diretor afirmou que espera na feira conhecer novas marcas, aumentar o volume de negócios e começar a comprar também sapatos infantis.
“Trabalhamos com os calçados brasileiros há mais de dez anos e gostamos muito, porque as coleções estão sempre em dia com as tendências da moda mundial, além de os sapatos serem confortáveis e terem ótimo preço e qualidade”, disse Al-Mousa, que também compra calçados da Itália, Alemanha e Portugal.
O analista de Exportação da Sapatoterapia, Gustavo Figueiredo, disse que a Almoosa é uma grande cliente e parceira de negócios, e que além da loja saudita, tem outros clientes árabes no Oriente Médio. “Na Arábia Saudita temos a Almoosa e a Florina Shoes, e fazemos negócio com eles já há uns dez anos; nos Emirados temos também três clientes, e em Omã, um cliente”, contou Figueiredo.
Segundo ele, os árabes compram cerca de 40% dos produtos exportados pela Sapatoterapia, e o maior importador da marca hoje é um cliente dos Emirados Árabes. A marca de Franca, do interior de São Paulo, vende somente sapatos masculinos e atualmente 60% de sua produção vai para o mercado externo, para cerca de 80 países.
Já a marca de calçados infantojuvenis Kidy vende para mais de 40 países e tem clientes árabes dos Emirados, Bahrein e Catar, que representam cerca de 40% do total exportado pela marca. Os Emirados são o principal comprador em volume; já em faturamento, Argentina e Bolívia lideram as compras.
“Somos associados à Câmara de Comércio Árabe Brasileira e isso nos dá uma certa força, porque quando dizemos que somos membros isso tem uma relevância, e temos fomentado bons negócios no Oriente Médio nos últimos três anos”, disse Rodrigo Nunes Esteves, gerente de Exportações da marca.
Esteves contou ainda que, nas exportações, a marca tem obtido um crescimento anual de cerca de 30% ao ano desde 2014, e que espera manter esse crescimento para os próximos anos.
Dina Dargham, secretária do Cônsul do Egito em São Paulo, esteve presente na Francal como representante da Embaixada do Egito no Brasil. Ela veio para incentivar as marcas brasileiras a comprar a matéria-prima egípcia, e também para convidá-las a abrir filiais nas zonas francas egípcias, que dão uma série de benefícios e isenção de impostos.
“O Egito já importa muitos sapatos do Brasil, e estamos apresentando aqui algumas opções de matéria-prima que o país oferece, como algodão, seda, couro de crocodilo e de burro. Além disso estamos divulgando as zonas francas egípcias, pois pode ser um bom negócio para as empresas calçadistas finalizarem seus produtos em nosso país”, contou Dargham.