25
set 2020Brasileiro tão bonzinho
Órgão da Organização dos Estados Americanos, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos exigiu explicações do governo brasileiro sobre o que chamou de “tortura e pena cruel” de presos, entre eles Elias Maluco, morto recentemente em presídio federal.
O pedido da entidade está baseado em denúncias de quatro detentos presos há mais de uma década em presídios federais de segurança máxima, onde não fazem trabalhos forçados, comem refeições regularmente e não pagam aluguel. O pedido dos detentos é de 15 de maio, mas só agora veio a público.
E pensar que Elias Maluco foi o traficante responsável por ordenar a morte do jornalista Tim Lopes, em 2002. O jornalista foi torturado e morto, com o corpo carbonizado numa fogueira de pneus apelidada de microondas. O pecado de Tim, nascido Arcanjo Antonino Lopes do Nascimento: fazia reportagem sobre abuso de menores e tráfico de drogas em baile funk na Vila Cruzeiro, zona Norte carioca.
O tráfico manda prender, soltar ou matar a critério do humor de seus chefes, quer sejam inocentes caídos por aplicativos em favelas, quer sejam policiais ou moradores que não se curvam ao poder paralelo.
Desde já ficam convidados os senhores integrantes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos a passar algumas horas – não precisa nem pernoitar – nos morros do Rio de Janeiro num desses dias de guerra entre facções e balas mortais perdidas.