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A importância de reduzir a ingestão de sódio

14

fev 2019

A importância de reduzir a ingestão de sódio

Valter Casarin, engenheiro agrônomo e diretor científico da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), e a nutricionista Amanda Borghetti, listam os principais pontos da importância de reduzir a quantidade de sódio na alimentação:

No Brasil, o consumo médio diário de sal de cozinha é de 12 gramas por pessoa. Essa quantidade está muito acima da quantidade diária recomendada, que é de 1 a 1,5 grama de sódio, ou seja, 2,5 a 3,75 gramas de cloreto de sódio por pessoa.

As agências de segurança sanitária tendem a recomendar a ingestão máxima de sódio que não deve ser excedida, a fim de prevenir a hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.

Nos últimos 15 anos, vários estudos confirmaram o impacto do excesso de sal no risco de problemas cardiovasculares e sugeriram outros efeitos deletérios, como o aumento do risco de câncer de estômago ou osteoporose (desmineralização óssea).

Pesquisadores avaliaram o impacto do sal nas doenças cardiovasculares, revisaram dados de 19 estudos com mais de 177 mil pessoas e encontraram uma possível redução de 23% nos derrames e 17% nos infartos do miocárdio com a redução do consumo de sal a 5 g em vez de 10 g por dia.

A alimentação de crianças menores de três anos deve ser de muito baixo teor salino, com o objetivo de não sobrecarregar seus rins imaturos nos primeiros meses de vida e evitar a formação do paladar a sabores muito salgados. Já os atletas têm uma maior necessidade de sódio pelas perdas no suor, que podem chegar a 6 a 7 g de sal em 1 a 3 horas de treinamento, especialmente em caso de exercício intenso e alta temperatura.

Além das ingestões dietéticas, recomenda-se, durante o treino de mais de 1 hora, consumir uma bebida que forneça 1,2 g de sal (480 mg de sódio) por litro.

Benefícios

O sódio, juntamente com o potássio, é um nutriente essencial para as contrações musculares, ajudando a manter o ritmo cardíaco normal. A ausência de sódio pode levar a uma arritmia cardíaca.

A substância participa do fornecimento de energia para o organismo. Agindo no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, o sódio as transforma em energia para o corpo. Assim, na ausência de sódio pode ocorrer o cansaço físico.

O sódio participa do processo de contrações musculares. Assim, a ausência deste mineral leva a uma fragilidade dos músculos. Também colabora na retenção de líquidos no organismo e do equilíbrio da quantidade de água no corpo.

Riscos

Deficiência pode ocorrer em casos de diarreia crônica grave ou uma dieta muito restritiva (livre de sal). A falta de sódio induz uma alteração do funcionamento do sistema nervoso, fraqueza muscular, hipotensão (baixa pressão sanguínea), desidratação, dor de cabeça, vômitos, diarreia e até mesmo a arritmia cardíaca. Especialmente nos idosos, suprime o apetite e pode levar à desnutrição.

Excesso

O excesso de sal está envolvido na ocorrência de pressão alta e doença cardiovascular, além de aumentar a excreção urinária de cálcio e pode, assim, promover a formação de pedras nos rins à base de cálcio. O sódio em excesso no organismo rouba o cálcio dos ossos, aumentando o risco de desenvolver problemas como osteoporose ou osteopenia.

Dicas:

  • Procure utilizar outros tipos de temperos no lugar do sal. Por exemplo, limão, azeite, entre outros;
  • Evitar alimentos com alto teor de sódio, como bacon, queijos, azeitonas e salame;
  • O sal do Himalaia (sal rosa) também é uma boa alternativa. Este sal contém menor concentração de sódio (aproximadamente 23 mg em 100 mg do produto), além de uma grande quantidade de outros minerais;
  • Verifique os rótulos dos alimentos para selecionar aqueles com menor quantidade de sódio.

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